sábado, 13 de junho de 2009

História do meu Karmannga

No final dos anos 90, eu ia frequentemente à praia do presídio (uma praia calma e bela do litoral cearense, distante de Fortaleza pouco mais de 40Km) e vez ou outra decidia fazer o percurso apreciando a praia de Porto das Dunas, quando via um carro antigo que até então eu não conhecia o modelo. Estava um pouco deteriorado, pois ficava ao relento, exposto a sol, chuva e a forte maresia do nosso litoral, mas era possível perceber que possuía um desenho muito bonito.

O tempo foi passando e num belo dia, o carro não estava mais lá. Pensei q o dono talvez estivesse reformando e que depois de algum tempo eu iria vê-lo em plena forma. Mas qual foi minha surpresa ao saber que meu tio havia comprado um carro antigo chamado de Karmann Ghia (até então eu não tinha a menor idéia de qual era a grafia correta deste nome), quando fui ver a nova aquisição, eu disse de cara: “tinha um igual a este ali na estrada do Porto das Dunas” e ele me confirmou que se tratava do mesmo carro.

Daí em diante fui gostando cada vez mais do simpático carrinho até que depois de alguns poucos anos soube que meu tio iria vendê-lo então corri pra falar com meu pai pra me ajudar a comprá-lo. Depois da negociação concluída, meu pai disse: “estou realizando um sonho através de vocês, pois na minha juventude, eu era louco por um Karmann Ghia e meu pai nunca comprou por se tratar de, segundo ele, um carro de ‘rabo de burro’(hoje em dia chamado de playboy)” Então fui feliz da vida pra casa com meu Karmannga 1967 com motor 1300cc, pintura queimada e um bocado de ferrugem(era possível ver o asfalto passando sob meus pés).

Primeiro dia de faculdade à bordo do Karmanga:
Felicidade estampada na cara, ofereci carona ao meu então sócio Marcello, vulgo Venta – por sua protuberância nasal avantajada. A conversa durante o trajeto não poderia ser outra senão sobre o “possante”. Ao chegarmos na Avenida do Aeroporto, cuja velocidade máxima permitida é de 80Km/h, pensei: “agora posso descer o pé direito e mostrar ao Venta toda a esportividade do meu Karmanga”.
Porém ao conseguir superar a velocidade de 60Km/h, o carro tremia tanto que achávamos que as portas iriam abrir a qualquer momento. O Venta gritava com um certo exagero: “Eu acho q eu vou morrer”. Falar não adiantaria, pois o sacolejar das portar era tremendo.

Vamos deixar esta e outras aventuras para os próximos posts.

Como eu sou apaixonado por motores mais fortes, comprei um motor 1.7 (do SP2) imaginando aquela famosa frase do Casseta: “Seus problemas acabaram”. E realmente este motor não me deu o menor problema, principalmente levando em consideração que o motor antigo me deixava na mão 5x por semana. Então aos poucos fui colocando dois carburadores, alternador no lugar do gerador...

Eu estava bem de motor, mas como parar esse carro? e essa pintura queimada? e essa ferrugem toda? Novamente uma ajudinha financeira de meus progenitores me ajudou a colocar o carro numa oficina de pintura onde toda a lataria foi raspada e tudo que estava enferrujado foi trocado por aço galvanizado. Eixo dianteiro mais largo com freio a disco, eixo traseiro mais largo, capotaria completa...

O carrinho ficou uma “belezura”, mas agora com esse visual novinho, merecia um motor ainda mais potente. Então caí na besteira de colocar um kit turbo. O Fred, organizador da Arrancada aqui em Fortaleza(na época dono de um Fusca de motor 2.2 aspirado e ex-dono de um Voyage turbo), ainda me avisou: “Cara, kit turbo só lhe dá duas alegrias. Uma quando você coloca e a outra quando tira” mas eu precisava sentir isso na pele. Pois não é que o Fred tava certo!?!? Foi um problema atrás do outro desde o primeiro dia que andei com o meu Karmanga turbo. Era divertido, mas toda a diversão acabava quando o carro dava alguma pane. A paciência já estava no limite, até que num dia eu fui trabalhar, deixei o carro no estacionamento e quando eu volto, alguém bateu no karmanga e se mandou. Nesse momento eu estava no mesmo tom de vermelho do carro de tanta raiva e pra piorar, na hora de sair com o carro, quem disse que ele dava a partida!? Tive que deitar no chão pra dar umas pancadinhas no motor de arranque, e o detalhe é que eu estava de roupa social. Basta!! Esta foi a gota d’água. Encostei o carro numa vaga sub-solo, dei um polimento e comprei uma capa.

O coitado do karmannga ficou lá esquecido por 4 anos, até que resolvi colocar um motor AP, mais potente que o antigo motor a AR, mesmo com o kit turbo, porém muito mais resistente. Então junto com o motor, coloquei freios a disco na traseira, motor de partida novo(não preciso mais dar a pancadinha deitado no chão rsrsrs) relação da caixa de marchas mais longa etc.

Bem agora o carrinho está uma “belezura” novamente rsrsrs. Os detalhes da reforma e da adaptação do motor AP, bem como muitas aventuras e causos, serão postadas gradativamente.

Abs!!

Um comentário:

  1. fala, mauricio!

    cara, boa ideia esse blog sobre carros antigos, tem futuro. bota umas fotos massa do karmanga ai!

    dica: muda teu blog pro wordpress que eh muito superior ao blogger.

    falora!

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