quarta-feira, 1 de julho de 2009

Velharia na Pista

Como prometido no post sobre a Classic Cup, venho relatar do que me lembro do dia em que colocamos os antigos para correr na pista do Autódromo do Euzébio, aqui pertinho de Fortaleza.

No final de semana em questão, o autódromo abrigava a união de dois eventos, a Arrancada de Veículos e a Copa Corsa, com a intenção de levar mais público e fazer com que os fãs de cada categoria conhecessem um pouco mais da outra. Para abrilhantar ainda mais o evento, convidaram os colecionadores para dar umas voltas na pista com suas raridades.

Eu estava acompanhado da namorada que não era muito fã de emoções fortes ao volante e me implorou que eu realizasse as três voltas sem agressividade. Assim o fiz já que não se tratava de uma competição e sim de uma exibição. Mas era angustiante ver Fuscas, DKW’s, Gordinis, Camionetes e todos aqueles antigos passando por mim. Alguns com um ronco bonito, outros com uma fumaceira sem tamanho.

Para continuar essa história, tenho que fazer uma breve explanação sobre o motor que eu usava nesse episódio.

Era o motor refrigerado a AR com comando de válvulas do SP2, 1.7l e dois carburadores, comprado do meu amigo Isidoro, que me alertou no momento da compra: “Esse motor tem a mania de cuspir correia fora. Portanto, sempre coloque correia original Volkswagen.” Já não me bastava um carro cheio de manias, agora o motor também tinha suas próprias manias. Então num dia de semana, ao chegar na faculdade, a correia que já estava um tanto desgastada se rompe. Sorte minha que bem próximo, havia uma autopeças.

Ao perguntar o preço da correia original, me veio a curiosidade de perguntar também o preço da “genérica”. Surpreendi-me ao descobrir que a original era três vezes mais cara que a “genérica” . Não pensei duas vezes... “Se ela durar metade do tempo da outra já estou no lucro”. Voltei para a faculdade e como sempre ando provido de ferramentas, fiz a troca ali mesmo. Querem saber quanto tempo durou a correia? Na verdade, durou uns seis quarteirões. Criei vergonha na cara e comprei uma original Volks.

Voltando ao Autódromo do Eusébio no dia do evento (com correia original Volks), eu estava no fim da reta, já entrando na Curva do Desespero (só quem desceu a reta principal e entrou nessa curva com vontade, sabe o porquê do nome),quando um amigo que estava de passageiro no Puma branco de seu pai, acena com a mão me convidando a acompanhá-los. Esqueci a solicitação de minha namorada, reduzi para terceira marcha e acelerei. Instantaneamente acende uma luz vermelha no painel do Karmanga... Na mesma hora eu lamentei: “Lá se vai mais uma correia”. Parei na subida da reta oposta. Tentei afrouxar a polia, mas não conseguia, até que vieram rebocar o Karmanga, pois já estávamos atrasando o início da Copa Corsa. Para piorar, o Prego que foi lá rebocar o carro, conseguiu ter a brilhante idéia de ancorar a corda na barra estabilizadora que de cara sacou fora.

Mas, felizmente, pude contar com a ajuda de um dos proprietários de Pumas, que tinha uma correia reserva e o seu próprio mecânico particular (um dia vou ser chique assim) que fez a substituição.

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