sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Karmaga de Volta à Ativa

Depois de um bom tempo meio abandonado por motivo de força maior, voltei a passear com o Karmanga, inclusive ir algumas vezes ao trabalho, hoje situado bem mais distante que anteriormente.

Tirei a excessiva poeira, re-conectei o positivo da bateria que já estava meio descarregada e dei a partida. O Karmanga chamou o porteiro umas duas ou três vezes ("toin... toin... toin...") até que pude escutar o saudável ronco do motor AP acordando de uma breve hibernação.

Engatei a primeira marcha e como de costume desses momentos, fui com aquele sorriso de orelha à orelha, cheio de orgulho, para o trabalho. Passei na casa do meu amigo e colega de trabalho Miguelito e me mandei para a empresa.

Tudo correu muito bem, excerto pelas excessivas estancadas, mas nada preocupante.
O Karmanga ficou por lá durante todo o dia, já que resolvemos almoçar perto da empresa.

Na hora de ir embora, o Miguelito foi que nem sardinha, imprensado no banco de trás, já que sua irmã ia de carona conosco. Ao chegar no portão do estacionamento, outro colega de trabalho disse: "caramba, que carrinho legal!" como é esse motor, ele faz: vrum, vrum?"
Eu pensei: "vrum, vrum é coisa de carro 1.0 com escape kadron"...
Eu respondi que sim e desci o pé no acelerador. Ele se espantou e disse: "Eita má!"
Para quem não conhece o idioma cearencês, "Eita má!" deriva de "eita macho" que pode ser traduzido como "caramba", "poxa vida" etc...

Os dois(Miguelito e sua irmã) se divertiam ao ver praticamente todos os motoqueiros quebrando o pescoço pra conferir que carro era aquele, e todos na parada de ônibus olhando para o Karmanga. De repente o Karmanga "morre" e não dá a partida por maior que fosse meu esforço. Fiquei meio preocupado, mas logo lembrei que o cabo positivo da bateria que tinha sido re-conectado por mim no início do dia, não devia estar bem apertado, pois não usei chave alguma para fixá-lo corretamente. Eu disse "já sei o que é!!". Desci do carro, abri o capô e conforme supus, o cabo estava solto. Então resolvi o problema e deixei meus caronas em casa e segui viagem para a minha.

Durante o percurso, percebi que o motor estava um pouco mais quente que o normal, mas continuei. Ao estacionar percebi que o Karmanga estava com incontinência urinária!! Imaginei que não seria nada sério, pois alguma mangueira poderia estar mal colocada, provocando o vazamento. Fui ao posto, comprei água destilada para completar o que havia sido derramado e peguei uma lanterna para saber a origem do vazamento. Infelizmente descobri q o vazamento era no pé do radiador e já imaginei as cifras indo pelo ralo.

No dia seguinte completei a água e fui para a oficina. Deixei o carro lá e fui de carona com o Miguelito para o trabalho. No meio do dia descobri que era necessário trocar o radiador por um novo. Não gostei, mas tive que fazê-lo.

No fim do dia passei na oficina e de longe já vimos o Karmanga estacionado na frente da oficina. Perguntei para o Erlânio, dono e responsável pela parte elétrica da oficina, se o Karmanga estava curado da vergonhosa incontinência urinária. Ele respondeu: "Sim! Ficou perfeito!! Mas ele não está mais funcionando..." Imaginei que se tratava de uma brincadeira, mas para minha infelicidade ele estava falando sério. E que não havia tentado solucionar o problema por achar que o Karmanga possuía algum sistema de corta-ignição.

O Karmanga tem corta-ignição, mas naquele momento não estava ativo. Então ele me perguntou se havia gasolina no tanque e eu disse que não.
-- "Tá explicado!! É falta de combustível... Ele estava funcionando quando morreu de repente..."
-- "Quem disse que ele está sem combustível? Ele está com o tanque cheio de álcool e não gasolina hehehehe"

A brincadeira acabou e a preocupação continuou... Começamos a testar todas as peças envolvidas nos sintomas do Karmanga, até que o Erlânio diz algo parecido com "Segundo o Dr. Spock de Jornada nas Estrelas, tirando o impossível tudo pode acontecer" óbvio, né? Mas isso nos fez procurar qualquer detalhe, até que duas horas depois, descobrimos que o rotor do distribuidor, embora estivesse com boa aparência, não estava bom. Então pegamos o rotor de um Chevette, que para minha sorte, era exatamente igual, e ao triscar na chave, o Karmanga rugiu.

É isso aí! Se nada acontecesse na volta do Karmanga à ativa, não seria ele.

Até a próxima!

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