Marcelo MonegatoDo G1, em São Paulo
No Dia dos Pais do ano passado, quem ganhou o presente foi o filho. O aposentado José Thedin, de 70 anos, surpreendeu Jéfferson Thedin, 48 anos, com um Chevrolet 1941 DeLuxe Sport Coupé. O clássico raro hoje faz parte da coleção de quase 20 ‘joias’ sobre rodas que os dois cultivam com carinho há mais de 30 anos na cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.
Mas ao contrário do que normalmente acontece, quando os gostos e costumes dos pais são transferidos quase que naturalmente para os filhos, o vício dos dois teve início ao mesmo tempo. “Minha admiração pelos antigos começou quando eu tinha apenas 15 anos e meu pai comprou um Chevrolet Bel Air 1954 preto”, relembra Jéfferson, empresário do ramo de transportes. Naquele mesmo dia, ao ver a reação do filho, o entusiasmo pelos clássicos aflorou em José.
No entanto, um em especial - além dos Cadillacs – tem um espaço especial nas lembranças de Jéfferson: o Aero Wyllis 1966. “Meu pai arrematou o veículo em um leilão em Juiz de Fora (MG) e me deu as chaves para levá-lo para casa”, revela o filho, que, segundo José, sempre tomou a frente das ações. “Ele era quem lavava os carros, arrumava as peças que não eram originais e acertava a documentação”, detalha o pai.
Pelo jeito, a coleção não vai parar de crescer. Questionado se vai dar continuidade ao acervo do pai e do avô, o pequeno Caio Curty Thedin, de 8 anos, foi direto: “Vou sim! Quero aprender a dirigir e quero que o papai e o vovô me ensinem.”
BMW, Fusca e o número 1978

O carro passou a fazer parte da família. Tanto que um ano depois nasceu Thiago Rocha, um de seus filhos. O pai então foi buscar a mulher e o novo herdeiro no hospital com o raro exemplar alemão. E, como homenagem ao ano especial, ao trocar a placa ainda amarela, Rocha não escolheu os números 1978.
Após muitos passeios pelo BMW na infância, Thiago também contraiu a ‘praga’ do carro antigo e, em 2000, ganhou um Volkswagen Fusca 1963 azul. “Ele nunca foi um carro ruim, mas resolvemos restaurá-lo depois de um tempo. Atualmente ele tem placa preta”, revela o filho de Rocha. “Era, assim como o BMW, de um amigo português do meu pai.”
Na família Rocha são apenas esses dois antigos – não uma coleção como a dos Thedin. Mas há planos de ampliar esse pequeno acervo. “Gosto dos carros da Mercedes-Benz. Quero um 190D do ano de 1989”, diz o pai. “Eu quero, quem sabe, outro Fusca mesmo”, completa Thiago.
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